sábado, 11 de outubro de 2014

Por que a mídia brasileira persegue tanto o PT?


Por que será que as acusações sem provas contra o PT viram destaque no jornal nacional e o fato de Aécio Neves responder a processos por desvio de Bilhões de reais do dinheiro público em Minas Gerais não merece nenhuma notinha?

No curso de jornalismo aprendemos que não podemos, enquanto profissionais, divulgar acusações falaciosas, e quando a acusação é feita pelo nosso informante, devemos, ainda enquanto profissionais, ressaltar que aquelas informações não foram comprovadas. Entretanto, o que vemos na mídia brasileira é que ela mesma é quem reforça essas acusações sem provas, e dá total destaque para elas na tentativa de iludir o eleitor que desconhece suas verdadeiras intenções.

Então, precisamos alertar o povo brasileiro e mandar um recado para os donos da mídia: Não somos ignorantes!

A imprensa brasileira é controlada por apenas 5 famílias, todas essas com grandes interesses econômicos que vão contra o modelo de país que o PT criou, focado na redução das desigualdades, focado na educação. Com o maior índice de escolaridade, a população brasileira deixou de ser telespectadora da Rede Globo, da Record, do SBT e da Band, e passou a ser participante de aulas nas universidades; deixou de ler a Veja, para ler livros acadêmicos.

É esse o medo da Mídia brasileira: que o povo comece a pensar com sua própria cabeça.

Por isso, agora, eles tentam mais uma vez dar o golpe nas eleições. Ou alguém acredita que essa história mal contada de envolvimento do PT com o escândalo da Petrobras surgiu por acaso? Não surgiu.

A mídia brasileira hoje representa um partido em nosso país, o partido da imprensa golpista (PIG). O PIG preparou essa jogada para que ela fosse lançada agora para tentar sujar a campanha do PT, para dizer que o PT é corrupto. Mas esconde que o PSDB de Aécio Neves e FHC é, COMPROVADAMENTE, segundo o TSE, o partido mais corrupto do Brasil. O PIG preparou essa jogada também para tentar abafar os escândalos de Aécio Neves, com lavagem de dinheiro em Minas, Aeroporto que ele construiu com dinheiro público nas terras da família dele, envolvimento com tráfico de cocaína, a relação do candidato com o helicóptero com 445kg de cocaína encontrado em Minas, o fato de ele ter agredido fisicamente a namorada, ter sido preso por dirigir embriagado e com habilitação vencida. E essas não são acusações ao partido, são acusações diretas ao candidato, a maioria abafada pela mídia.

Falam do PT, que o PT isso, o PT aquilo, mas falam sem provas. E mais, mesmo nas acusações, o máximo que eles conseguem fazer, é acusar vagamente o partido, mas Dilma permanece intacta. Não há um caso sequer em que o nome da presidenta seja citado. Dilma tem uma conduta impecável e só foi presa uma vez, quando tinha 19 anos e estava lutando contra os opressores na ditadura militar, lutando pela democracia deste país.

Mas isso a Globo não mostra, claro que não mostra. Os governos do PT reconfiguraram a história do povo brasileiro, deixamos de ser uma nação miserável e passamos a ser um país de classe média. É lógico que isso não agradou os opressores. Está mais que evidente que estas eleições são uma luta de classes, onde estão em jogo os direitos da classe operária/estudantil/universitária contra os interesses dos grandes empresários e coronéis da política. E nessa batalha, de que lado você acha que a mídia está?

#CoraçãoValente
#Dilma13MaisFuturo
#AébrioNever
#GloboMente
#MidiaGolpista
#DemocratizaçãoDaMídiaJá

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A mão à palmatória



Se sou feminista, sou maldita.
Se sou poetisa, sou medíocre.
E minha arte clandestina,
Propagada nas esquinas,
É um insulto imperdoável,
Uma pretensão sem limites,
Ferindo olhos e ouvidos
Dos que têm o ego inflamável.

Minha poesia (que poesia?)
É singela, capenga,
Somente versos mal rimados,
Parece mais uma arenga,
Não tem nada de admirável.

E sendo mulher, mais ainda,
Pois não passo de uma menina,
Querendo espaço entre os machos.
Sou feminista maldita,
E confesso aqui minha mediocridade.
Pois para mim, vagabunda,
Não há espaço na capital,
Nem entre os intelectuais dessa cidade.

Pois quero que saibam agora,
Que estendo a mão,
Não ao abraço, mas à palmatória,
E admito, muito contente,
Que prefiro os bares e a cachaça,
Que prefiro os cabarés e as praças,
À essa gente demente,
Que mesmo após doze anos
De escrita e de antipatia
Diz que é poeta,
Mas não sente o que é a poesia.

domingo, 13 de julho de 2014

Motivos para ter torcido pela seleção brasileira e ter amado a copa das copas


A copa do mundo do Brasil foi um sucesso, nossa presidenta está de parabéns por aguentar firme e forte mesmo diante da imbecilidade de alguns e da forte campanha de negatividade. A festa foi tão bonita que até eu me contagiei. 

Nunca torço pela seleção brasileira por acreditar que nosso país não se resume a uma seleção de futebol, e também por saber que no passado, quando a direita governava o Brasil, o futebol era tudo que o povo tinha, e os governantes aproveitavam para glorificar o esporte e fazer com que o povo se contentasse em ver os jogos (somente pela TV, pois só a elite tinha dinheiro para ir ver a copa em outro país) e torcer pela seleção, mesmo morrendo de fome, mesmo sem nenhuma educação, mesmo com a inflação, a dívida externa. O importante era que tinha bola na rede. Já o prato, era vazio. E quem mandava no campo era o desemprego e as desigualdades sociais. 

Diante disso, pessoas como eu, que percebiam essa jogada, se recusavam a fazer parte dessa demonstração de insulto ao povo brasileiro e a aceitar as migalhas de uma taça a cada 4 anos como prêmio de consolação por todas as mazelas que assolavam o país. 

Porém, os tempos são outros. Embora eu tenha demorado a me tocar disso, não há mais motivos para não torcer pela seleção brasileira, pois hoje ela pode ser vista apenas como mais uma representante do nosso país em um campeonato esportivo. O Brasil hoje tem uma educação melhor, a inflação diminuiu, o povo tem emprego, a dívida externa já não existe, o bolsa família tirou a maioria das pessoas da extrema pobreza, e o país tem dinheiro inclusive para sediar um mundial de futebol e se consagrar como idealizador da Copa das Copas. E o pobre que acompanhava o jogo pela TV hoje tem dinheiro para ir ver o jogo no estádio, tem dinheiro inclusive para viajar de avião, conhecer outro país e todas essas coisas típicas da elite brasileira dos anos 90. 

Hoje nosso time tem mais de 200 milhões de jogadores, e com a camisa 13, a melhor capitã de todos os tempos, nossa presidenta, Dilma. As vaias não assustam essa mulher forte e corajosa, pois se um pequeno grupo a vaia no estádio, o país irá aplaudi-la nas urnas. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Bárbara



Os longos cabelos
E os olhos cansados
Adornam o rosto
Pelo tempo castigado.

Já não lhe restam vaidades,
Já nem se olha no espelho.
A realidade é seu pior pesadelo.

Bárbara já não sentia
Qualquer gozo ou alegria,
Para o lar ela vivia, e quando o marido saía,
Costumava se perder
Em um mundo de fantasia,
Onde ela era a rainha
E não conhecia o sofrer.

Mas quando ele voltava
Seu sonho desmoronava:
Tinha coisas a fazer.
E quando ele demorava
Ela se angustiava:
- Se aquele maldito me deixa,
Como é que eu vou viver?

Apesar da vida de casada
À qual estava acostumada,
Sentia-se sempre sozinha.
Antes do almoço
Chorava escondida na cozinha
Lembrando-se do amor
Que um dia achou que tinha.

Lamentava a sua sorte,
Mas já não se importava mais.
Abraçou a desgraça, fingia que era forte.
Corpo e alma refletiam sua dor.
Seus 20 anos foram massacrados
E seu corpo era o resultado
Das ações de uma vida despedaçada e
das mãos de um tempo usurpador.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Palavras ao homem sábio


Você com esse falatório
Pensando que sabe de tudo,
Se lamentando pelos cantos,
Fazendo papel de vítima,
Falando sobre os ingratos,
Querendo ser o mais sábio,
Vem criticar meu modo de vida.

Pois quero agora que saiba
Que me cansei de tudo isto
Saiba que pra mim, basta.
Saiba que estou farta
De suas lamentações sem sentido.

Você faz uso da retórica
Pra perturbar meus ouvidos.
Pois guarde seu discurso bonito
Que pra falar aqui é preciso fazer sentido,
É preciso correr perigo.
Guarde sua lisonja,
Guarde sua retórica,
Que eu “tô” falando é de parresía,
Parresía, meu amigo!



domingo, 25 de maio de 2014

Poema da ingratidão


Os sábios procuram à noite
Pelas vielas da cidade
Um grupo de vândalos e poetas loucos
Pelo crime de falarem o que pensam,
Por se negarem a pensar como os outros.

Partiram na estrada,
Sem eira nem beira,
Pela contramão,
Os poetas vagabundos,
Sonhando em mudar o mundo,
Querendo fazer revolução.

Partiram no submundo,
De pés descalços,
Em busca do horizonte,
Negando as vestes,
E as doutrinas
Dos homens sábios.

Partiram sem remorsos
Aqueles poetas ingratos,
Poetas sem nome,
Um bando de insensatos.

Apenas poetas utópicos,
Sem lei, sem autoridade.
Ébrios, de sonhos tórridos.
Poetas jamais sóbrios,
Pela sede de mudança embriagados.

Partiram deixando pra trás
A senzala e o capataz
Da escravidão da vida comum.
Partiram pelas ruas,
Cantando nos becos,
Pintando os muros.

Poetas sem rosto, e sem renome
Poetas das ruas e da cachaça,
Luiz, Rayane, Simone.

Poetas da boemia,
Alexandre, Latoya, Bia.
Poetas do mundo dos sonhos,
Poetas de muitas lutas,
Jean, André, Lucas.

Poetas da utopia,
Neto, Bob, Jedaías.
Poetas do amor e da indignação,
Poetas que sabem o que querem,
Paula, Camila, Cibele.

Seguiram de madrugada,
Fizeram uma caminhada,
Sentaram numa calçada,
Pintaram poesias na esquina.
E os sábios balbuciavam
Contra aquelas poesias de quinta.

Os sábios perseguem os loucos!

Os sábios não querem amigos,
Os sábios temem os loucos,
Os sábios só sabem da lisonja
E só acreditam na própria honra.

Os loucos estão pelos bares,
Os loucos caminham lado a lado,
Os loucos incomodam os sábios,
Pois a ingratidão se exala por seus lábios.

Que comece a caça aos ingratos,
Devem estar pelos guetos,
Com um poema na mão
Tomando vinho barato,
Falando de amor pelos becos.

Os sábios procuram à noite
Pelas vielas da cidade
Um grupo de vândalos e loucos,
Um bando de poetas ingratos,
Que fazem barulho, que andam pela periferia,
Que não sabem fazer reverência
Que se negam a pedir a “bença”,
Pois acreditam que imortal mesmo, só a poesia.

domingo, 18 de maio de 2014

Por uma questão de reconhecimento

Numa conversa de bar ontem falamos sobre como o Brasil avançou com o PT. Hoje em dia quase todo pobre tem seu carrinho ou sua moto, casa própria financiada, computador, acesso à internet... Na minha infância quem tinha computador era rico. E o que dizer do temido apagão?

Mas parece que muita gente esqueceu o tal racionamento de energia, a falta de investimentos na educação superior, o desemprego, os salários aviltantes que eram pagos aos trabalhadores.

O que me revolta é ver pobre falando mal do PT. Porque um rico assumir que queria que o país voltasse a ser um país que priorizasse as camadas mais elevadas da sociedade, eu compreendo (Não aceito, mas compreendo). Agora, um pobre, que só conseguiu as oportunidades para ser alguém na vida através dos investimentos do Governo Federal, falar mal do único partido que pensou nas minorias é mais que ingratidão, é burrice.

O povo parece que esqueceu todo o mal que a nossa população sofria. E que bom, isso mostra que as desigualdades estão cada dia mais sendo varridas de nossas vidas. Mas não podemos permitir que esses fantasmas voltem a nos assombrar, não podemos regredir. O Brasil hoje é e continuará sendo um país de todos.

Sou mais Partido dos Trabalhadores. Sou mais Lula. Sou mais Dilma Rousseff.


sábado, 17 de maio de 2014

Mais amor e mais respeito, por favor!

Para os que não sabem hoje é o Dia Internacional de Combate à Homofobia. Para os que não sabem também, nós não precisamos de cura, não precisamos de ajuda, não precisamos ler a bíblia. Tudo que nós precisamos é de respeito.

É inadmissível que nos dias de hoje ainda sejamos punidos simplesmente por vivermos o que somos.

Não é doença, não é desvio de comportamento ou de caráter, não é safadeza, não é escolha. É o que somos. E não tem nada de errado com isso.

O mundo precisa é de amor, não importa a cor ou o gênero. Abra sua mente e liberte-se das amarras do preconceito. A vida ficará bem mais leve para você e para todos os que te cercam.


quarta-feira, 9 de abril de 2014

O problema da finitude


A morte é algo que sempre irá me causar estranheza. É sempre duro aceitar que aquele brilho nos olhos, aquela voz e aquele sorriso, simplesmente se desfizeram, e nada mais poderá ser capaz de trazê-los de volta. 

Eu nunca vou enxergar isso como uma coisa normal. Embora a morte seja algo pelo qual todos teremos que passar, embora ela nos ronde todos os dias, embora muitas pessoas e animais queridos tenham partido para sempre, não consigo aceitar essa ideia, não consigo lidar com o problema da nossa finitude. 

E apesar da presença constante da morte em nosso dia a dia, em nossas vidas, levando nossos parentes, amigos, animais de estimação, eu me recuso a pensar nisso, pois não me agrada a ideia de que somos finitos.

Em minha mente, em minha alma, todas as criaturas constituídas de amor deveriam viver para sempre.

domingo, 6 de abril de 2014

O caos das madrugadas


A cerveja tem sido
Minha maior confidente.
Entrego a ela
Meus desejos mais inconsequentes.

Larguei-me nos braços do acaso,
Esse desconhecido de beijos tão amargos.
Larguei-me no mundo,
Vivendo por alguns segundos,
A alegria de alguns tragos.

Tenho saído pouco,
Vivido pouco,
Amado feito um louco...

Ando carente,
Como cachorro abandonado pelo dono.
Há um caos enorme em meu peito,
Estou em perfeito abandono.

E nessas horas mortas
Que se arrastam nas madrugadas
Não quero conversa, não peço esmolas.
Sirva-me uma cerveja, deixe aí sobre a mesa
E apague a luz antes de fechar a porta.

sábado, 5 de abril de 2014

À espreita


Eu havia me afastado de tudo e de todos.
Estava cada vez mais imerso em minha solidão,
Me perguntava se viver ainda era uma alternativa.
A morte sempre me espreitou, sempre. 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Quando a boemia se foi


Eu costumava passar a maior parte do meu tempo me odiando, repudiando a minha existência. Eu realmente não estava bem. Na verdade nunca estive, mas naquela época eu estava pior.  Nos tempos de bebedeira e vagabundagem eu costumava encher a cara e esquecer os meus problemas, conseguia sorrir. Era uma época relativamente boa. Eu saia com uns amigos, ia a alguns bares, tomava todas, dava vexame, chorava, vomitava, mas eu fazia alguma coisa. 

Qualquer loucura é melhor que o tédio.

Agora era diferente, eu não saia, não via ninguém, quase não tinha amigos, nunca tinha dinheiro pra sair, não conversava com ninguém fora do meu ciclo profissional. Comprava umas cervejas e ia pra casa beber sozinha assistindo televisão. O máximo de interação que tinha era com estranhos pela internet, talvez pessoas com vidas tão desgraçadas como a minha.  Noite após noite, eu voltava pra casa no final do dia, passava no supermercado e comprava umas cervejas, me embriagava sozinha vendo séries de TV, depois ia dormir. Acordava tarde, me alimentava mal, e saia pro trabalho, pra quando voltar, repetir tudo.

O trabalho, aliás, era um dos meus maiores tormentos. Eu não gostava daquele lugar, não gostava daquela gente, mas fingia gostar, por que eles não tinham culpa, ninguém tinha culpa. Eu era o problema.  Eu não sabia me relacionar, não queria. E o trabalho me obrigava a fazer isso.

Eu me irritava frequentemente, e por pouca coisa. Nunca tive paciência para coisas chatas, e tinha menos saco ainda para as pessoas. 

Em sua maioria, as pessoas costumavam ser fúteis, estúpidas ou burras, ou as três coisas ao mesmo tempo. Eu não queria perder meu tempo com esse tipo de gente. Meus amigos estavam longe, então eu preferia ficar em casa e me embriagar sozinha. Se quisesse falar com alguém, eu falava com meus gatos, estes sim, criaturas maravilhosas, autênticos, livres e carinhosos. Enquanto eu tivesse meus gatos, não fazia questão da companhia de ninguém. 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

A solução para meus problemas


O relógio marcava 17h43 e minha angústia aumentava. Mesmo sabendo que seria liberada às 18h como de costume, eu estava ansiosa para ir embora. Era um daqueles dias em que eu só conseguia pensar que a solução para os meus problemas seria meter uma bala no meio dos meus olhos e decorar aquela parede branca com inúmeros pedacinhos dos meus miolos. Em dias assim (e esses dias eram frequentes) eu sentia vontade de fazer um monte de coisas, e as faria, se fosse realmente livre. Era nesses dias que eu tinha certeza do quanto a ideia de liberdade que nos vendem é ilusória.

Queria acender um cigarro só para ter a desculpa de dar umas voltas pela calçada e tentar sair um pouco daquele ambiente desagradável, mas não queria punir meus pulmões também, já bastava o mal que aquele ambiente causava à minha alma.

Não conto as vezes que me tranquei no banheiro para chorar. Eu tinha muitos motivos para achar que aquele quadro não mudaria tão cedo e ficava me imaginando ali, dia após dia, no Natal, no Ano Novo, Páscoa, dia dos pais... e esse ciclo se repetindo... Não tinha como não enlouquecer com isso.

Aquele ambiente roubava minha energia vital e meu maior desejo era poder falar algumas verdades para algumas pessoas que faziam parte daquela rotina. Era muita baboseira, muita futilidade, muitos egos duelando, muita gente querendo me atingir com essas merdas. Eu só conseguia sentir nojo da pequenez espiritual daquela gente.

Eles eram os religiosos, os politicamente corretos, os respeitados cidadãos de bem. Conseguiam reunir em um só pacote toda a hipocrisia social que existe no mundo, todas as coisas e atitudes ridículas de moralistas conservadores que eu sempre abominei.

Era uma gente que só pensava em status, visibilidade e dinheiro. Gente que tratava as outras pessoas (as mais pobres, ou as que pensavam diferente) como se fossem coisas, e algumas pessoas (as mais ricas, ou as mais influentes) como deuses, talvez em busca de algum benefício, afinal, amizade gratuita estava em extinção entre aquela gente. 

Eu realmente queria explodir meus miolos.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

“Meat the truth - Uma Verdade mais que Inconveniente” – Um filme que todo mundo deveria assistir

Não poderia deixar de falar deste documentário maravilhoso, ainda mais em tempos de incentivo e pressão para que as pessoas incluam o jumento também em seus cardápios (Como se já não houvesse matança suficiente no mundo).

O documentário “Meat the truth” (traduzido no Brasil como “Uma Verdade mais que Inconveniente”) critica a indústria de carne e expõe as relações entre a pecuária e o aquecimento global.

Além disso, o vídeo é uma crítica ao documentário “An Inconvenient Truth” (Uma Verdade Inconveniente) produzido por Al Gore, sobre o aquecimento global, que lhe rendeu um prêmio Nobel. Mas, mesmo sendo tão aclamado, o vídeo de Gore não nos trás a verdade, ele omite que o consumo de carne é o fator que mais contribui para os danos que o meio ambiente enfrenta atualmente.

A hipocrisia de Gore e os efeitos negativos que o consumo de carne nos causam todos os dias é o que se pode ver nesse vídeo. Deixo o link para quem tiver interesse em saber mais.


O mais ridículo dos animais


O homem é o mais ridículo dos animais e ainda assim se acha superior. Patético!

Procure, entre todos os animais, quais deles têm hora para acordar, obrigação de fazer coisas que só de pensar já dão um nó no estômago ou um monte de compromissos enfadonhos para ir todos os dias?

Vi minha vida passar enquanto eu rabiscava papéis em uma sala fria.

Sempre odiei o sistema, mas tive que aprender muito cedo que não havia como fugir dele. Que inferno! Era isso a vida humana? Uma prisão a céu aberto, onde cada um apenas cumpre uma série de obrigações?

O homem passa mais tempo se dedicando a obrigações desgastantes do que fazendo aquilo que realmente lhe faz bem.

Eu sempre gostei de literatura, poesia, música, cinema e artes em geral. Porém nunca tive o prazer de poder me dedicar a nenhuma dessas atividades com prioridade. As prioridades eram sempre as coisas mais irritantes, o trabalho, as pessoas que eu não queria ver, o dinheiro. E não falo isto como uma pessoa capitalista que se arrependeu da vida mesquinha que teve. Falo isso como ser humano preso a uma rede de obrigações enfadonhas. 

A regra é essa, independente de seus ideais, você tem que se ajustar ao sistema, ou sucumbir a uma vida de miséria.

E veja que contraditório, para fugir da miséria financeira, abraçamos a miséria espiritual.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Na arte e na vida



No palco do mundo sou artista,
Nos confins de tudo um trovador.
Artista na arte e na vida,
Guerreiro solitário
Procurando o amor.

E das estradas onde piso
Levo nos pés a poeira
E na memória o riso.
Nos caminhos onde passo
Deixo, além do rastro,
Um pedaço do que sou
Expresso em minha arte.

quinta-feira, 27 de março de 2014

O meu engano


Se antes fui um amante cego
Hoje, já cansado, meu pobre ego
Reconhece amargamente o seu engano

Não eram sinceros os lábios que eu beijava
Eram punhais e não estrelas em teus olhos
Aquilo que um dia julguei eterno e inocente
Agora vejo, era profano e displicente.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Lírios da ilusão



Não importa que não queiras
Viver comigo este delírio
Pois este ser que maltrata
Não se parece em nada
Com a minha doce amada

Pintei-a em ti, e em ti não havia
Nenhum vestígio de amor ou de alegria
Criei-a em ti e o teu orgulho a matou
E de toda ternura que nela havia
Em ti nada restou

Pintei-a em ti e tu não podias
Sustentar a ilusão na qual eu me perdia
E assim ela se foi, afogando o meu viver
Em desespero e nostalgia
Nunca pudeste ser aquilo que ela seria
Usavas uma máscara e me iludias.

Não podes mais fingir e ela se foi
No teu olhar ela jazia
Não foi em ti que ela brilhou,
Pois só em mim ela existia.
Ainda choro a sua morte
E levo flores ao seu túmulo todo dia.

terça-feira, 25 de março de 2014

Meu amor é conformista


Desisti de tentar fazer com que as pessoas entendam o que sinto. Ora, às vezes nem eu mesma me entendo. Vou calar e resguardar tudo que sinto. Vou calar e preservar o meu amor. Me preservar.

Você pode dizer que não te amei, e que não amo, que o que eu sinto não é amor. Eu desisti de tentar fazer com que você me entenda. Não me entenda. Desisti de tentar reatar qualquer coisa entre nós. Eu não posso fazer você me querer.

E se eu te amo ou não, se amei ou deixei de amar, é problema meu. São coisas que eu vou guardar pra mim. Eu não preciso provar mais nada pra você, então, se você não acredita mais em mim, eu não vou insistir.
Meu amor é conformista e mais complicado que a simples necessidade de estar junto.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Não espere o silêncio


Você verá que meu silêncio pode ferir ainda mais que qualquer coisa que eu disser ou qualquer besteira que eu faça. Enquanto eu ainda reclamar, enquanto eu ainda me importar talvez ainda haja esperança, mas depois que eu me calar, pode ter certeza que jamais será como antes. Com outras pessoas me calei outras vezes e pude ver que não sei voltar atrás. Não espere demais para corrigir seus erros. Não espere o meu silêncio pra perceber que faço falta, porque aí será tarde demais. 

domingo, 23 de março de 2014

O egoísmo da solidão


Às vezes me olho no espelho e me pergunto quando foi que envelheci desse tanto, quando me tornei tão seca e amarga. Como consegui chegar a isso. As pessoas veem em mim um monstro que eu não enxergo.

Aqui de dentro todas as minhas atitudes fazem sentido, e foi tudo por um bom motivo. 

A solidão me deixou mais egoísta. Mas eu tento não ligar para o que as pessoas pensam, e quero a cada dia me importar menos ainda. Em toda a minha vida, nos verdadeiros momentos de paz e felicidade, na maioria deles, eu estava sozinha.

Amargas delícias


A pálida beleza,
A febril lembrança
Que atormenta meu ser.
A boca aberta,
O copo em chamas
E o desejo a arder.
Sutis carícias,
Amargas delícias.
Fogo de uma paixão
Que se converte em cinzas
Após o amanhecer.

sábado, 22 de março de 2014

Eu voltei... Agora pra ficar?


Sinto que deveria escrever com mais frequência, mas ultimamente tem sido muito difícil. Pode parecer desculpa (talvez seja mesmo), mas nos últimos meses minha falta de concentração tem ficado cada vez mais acentuada. Começo textos que não termino, penso em coisas que não escrevo. Só às vezes (raramente) consigo sentar e ter a determinação de me forçar a terminar alguma coisa... seja lá no que isso vá resultar.

E eu sei, eu sei que tenho capacidade de fazer melhor do que faço, mas simplesmente não me interesso. Desse modo, acabo deixando tudo inacabado, incompleto, insuficiente, imperfeito. Como se o mínimo bastasse. Talvez eu tenha mesmo me tornado uma pessoa conformista. Talvez por achar que ninguém vai se dar ao trabalho de ler ou se importar com as coisas que penso. 

De todo modo, apesar da falta de esperança, estou de volta. Não dá mais para ficar calada diante de tantas coisas que vejo e que me incomodam, me inquietam. Hoje parei para rever meus textos inacabados, para organizar minhas ideias e terminá-los. Espero que daqui pra frente eu possa me concentrar mais nisso, já que é uma coisa que gosto, que me faz bem. Em breve estarei postando novidades por aqui, se alguém se interessar, aguarde. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Consolação


De tanto velarmos nosso amor,
Há muito falecido,
Quando realmente o enterramos
Não houve luto,
Só alívio.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Um poema aos tempos passados


Sob a chama de uma vela
Que queima sem pressa
Confidenciamos nossos enganos,
O aborto dos nossos planos
E partilhamos esse nada que nos resta.

As garrafas vazias no chão da sala
Nos contam do silêncio
Que ecoa pela madrugada.

Somos vermes mutilados.
Dois vermes embriagados.
Dois loucos apaixonados.
No amor derrotados.

Partilhamos da mesma sina,
Amar foi nossa ruína,
Dentre o que a muitos abomina,
Encontramos nosso lugar.

Carregamos o mesmo fardo.
Dois malucos fracassados.
Entre dois mundos cruzados,
Buscando ao que chamar de lar.

E quando o vinho acaba,
Quando a esperança finda,
A morte nos olha à face
E até parece bem vinda.

Morremos todas as noites
Por nossas paixões perdidas.
Trocamos a juventude
Por lágrimas, fracassos,
E algumas garrafas de bebida.

Vivemos num mundo sem sorte,
Pois ninguém chorará nossa morte
No triste fim desta vida.

Ellen Dias & Lucas Nathan,
Poetas.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Imortal


Se te quero pelo corpo, vida,
Sim, eu quero.
Mas querer somente o corpo
Para mim é muito pouco,
E de ti hei de querer pra sempre mais.

Eu te quero de essência, e alma,
Um todo.

Que meu corpo possa queimar sob teu fogo,
Que meu prazer possa saciar-se em teu gozo,
Para que eu possa me instalar em teus espaços,
Pois em teus beijos eu me renovo
E me sinto imortal sob teus braços.  

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O que eu não imaginava


Um dia ela chegou,
Mais bela que o clarão da lua cheia
Numa noite de estrelas,
Deu-me um beijo no rosto,
Passou as mãos sobre meus ombros,
E disse que precisava se ausentar.

Quando ela me deixou,
Era uma noite sem estrelas,
E a lua de tão minguante,
Mal dava pra enxergar.

Quando ela disse que partiria
Eu não imaginei que seria
Uma coisa assim tão séria.

Quando ela disse que partiria
Não me avisou que levaria,
Minha alegria com ela.

Quando o tempo parou


Amanheceu outra vez,
O sol nasceu,
Um novo dia se fez.
Já passamos da metade da semana,
Mas em mim ainda é domingo.
Os dias passam, o sol levanta,
Em mim, porém, a vida parece paralisada.
Ainda estou aqui de pé, parada,
Sonhando acordada,
Esperando pelo dia em que regresses para mim.  

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Revelação


O poeta bobo
Acreditou certa vez
Que poderia viver de amor.
Pobre poeta tolo!
Nem percebia
A lágrima incontida
Que aos poucos se revelava em seu rosto. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Gata vadia



Nas noites insones e nas madrugadas frias
Em que vaguei displicente por ruas sombrias
Nos becos escuros e vielas vazias
Caminhei sem destino, feito gata vadia
Procurando abrigo.

Os pés cansados, a boca seca,
A alma desgastada, os sonhos desfeitos.
Andei por aí, feito cão sem dono
Em busca de algum refúgio,
Implorando alguns carinhos.

O sentimento que em mim havia
Era de desespero, e também agonia
E naquelas ruas sem vida
Eu também me perdia.

Noite após noite,
Um pouco mais,
Eu morria.


Peito de Narciso





O grande homem de pouco porte
Ensinou-me sobre a vida
E talvez sobre a morte
Sobre como a poesia nos revive
E como a utopia se fortalece
Quando outros loucos sonham junto contigo.
Ah, esse homem que um dia admirei
E até ousei chamar de amigo...

O grande homem das palavras bonitas,
Acreditava saber muito sobre a vida
E dizia não temer a morte.
Pobre homem sem sorte.

Um grande homem esnobe
Aos poucos foi se revelando,
Desfazendo sua imagem romântica,
Exibindo seu Narciso,
A todos desencantando.

E assim me ensinou sobre a morte,
Assassinando as ilusões que criei,
Aniquilando qualquer admiração
Que um dia alimentei.

O grande homem que se dizia forte
Não precisava de amigos,
Nem de amantes ou amores.
Em seu peito de Narciso
Só havia espaço para admiradores.


Missa de sétimo dia



Amanhã faz uma semana
Daquele dia tão sombrio
Quando Maria chegou para mim
E me deu aquela notícia.
A dor que senti não descrevo,
Mas ainda a sinto a corroer-me o peito.

Era uma tarde como outra qualquer,
O que eu fazia já nem lembro,
E faz tão pouco tempo.

Há uma semana tudo mudou,
O fim chegou,
A morte nos surpreendeu,
O amor, Maria e eu.

Era uma tarde sem vida,
Quando Maria, sofrida,
Decidiu me deixar.

Encontrou-me na varanda,
Deitado na rede,
Olhando o mar.

Maria olhou-me sem pena,
Já não tinha mais doçura,
E me falou sem ternura,
Que não podia ficar.

Olhei-a desesperado e descrente,
Mas Maria já displicente,
Dizia não mais me amar.

- O amor está morto, João.
   Você tem que aceitar.
   Não resistiu aos açoites.

Não consegui dormir naquela noite.
Nem nas noites que seguiram.
Maria partiu, o amor morreu
E eu já não sabia o que seria de mim.

O amor morreu, foi derrotado.
Sem muito zelo foi sepultado.
Maria me ajudou a enterrá-lo.

Amanhã faz sete dias
E eu fui falar com o vigário,
Mesmo sem fé, mandei rezar uma missa.
Quem sabe Maria retorne,
E esse pobre amor falecido,
Possa ao menos ser recordado.



Epitáfio do amor


O amor está morto,
Em meu peito enterrado.
Em meu peito frio,
Repousa o amor embalsamado.

Jaz aqui em meu peito
Aquele amor imperfeito,
Por seus sonhos derrotado.

Um amor que viveu de ilusões,
Que não conheceu a realidade,
E que morreu prematuro
Acreditando em meias verdades.

Morreu numa segunda-feira
Antes de ir ao mercado.
Morreu por suas fraquezas,
Morreu aos poucos, descuidado.

Pobre amor! Era tão jovem!
Foi cruelmente assassinado.
Estava ali contente, apesar de sua vida miserável.
Era um jovem conformista,
Mesmo com a alma sofrida,
Jamais se sentiu desanimado.

Mas morreu cedo, pobre coitado.
Foi um golpe certeiro.
Assim foi o amor aniquilado.
Com sorrisos displicentes
E palavras afiadas,
O amor foi, enfim, derrotado.

Aqui jaz um amor que se dizia imortal.
Seu túmulo não recebe visitas,
Foi enterrado como indigente,
Aqui jaz o amor que se dizia pra sempre.







Para quem ainda vier a me amar




Não me falem, meus amigos,
De meus amores passados,
Pois se valessem ser mencionados
Estariam aqui do meu lado.

Não importa se os deixei ou fui deixado.
Já não importa quem amou ou foi amado.
Tudo isso acabou, é caso encerrado.
Esse canto de amor romântico
Está fora de ritmo, desafinado.

Eu não quero lembrar o passado,
E já não tenho mais ilusões,
Nem acredito mais que possa ser pelo amor contemplado.
O amor me deixou,
Se foi na manhã de um domingo ensolarado,
Deixando-me a ressaca do sábado e do último caso passado.

Para quem um dia me amou
Ou me fez juras de nunca me deixar
Não guardo ressentimentos,
Não sinto raiva,
Nada mais eu sinto.
Passou do ponto, nem vale lembrar.

Para os que me amaram e eu não fui capaz de amar
Digo que também já amei e provei da rejeição.
Porque essa ilusão do amor é mesmo assim,
Às vezes é não quando é sim, e às vezes sim quando não.

Para quem me rejeitou não deixo nada,
Pois as horas desperdiçadas já bastam
Devotando sentimentos
A quem nunca percebeu minha retórica apaixonada.

E para quem ainda vier a me amar,
Saiba desde o princípio
Que no começo todo amor é bonito,
Mas não esqueça nunca
Que todo amor é finito.