sábado, 21 de setembro de 2013

Paralelos


Foram apenas sorrisos e olhares
E já bastaram para bagunçar nosso viver
Um sentimento indefinido se revela aos poucos
De maneira crescente, involuntária
E nos devora a alma
Envolve-nos lentamente
Desordenando nossas vidas
Afastando-nos da estrada
Arrastando-nos por caminhos paralelos
Que jamais se cruzam.
Paralelo amor,
Paralela dor,
Para dor.

O tormento do não ter


Eu amaria você pra sempre, se pudesse
Se nos fosse permitido
Eu seria o seu amante, o seu servo
E não apenas seu amigo.

Fomos condenados ao tormento do não ter,
Não poder, não tocar.

E mesmo que a alma denuncie o que sentimos
E nossos olhares se penetrem mutuamente
Permanecemos em silêncio
Maltratando o nosso espírito
Amando isoladamente.


Bom dia meu bem!


Bom dia meu bem,
Aonde quer que você esteja.
Espero que seja um bom dia,
O que quer que você faça.

Andei pensando em você e me veio vontade.
Andei querendo te ver e me veio a saudade,
Sentimento este que jamais poderá ser saciado.

Procuro-te em qualquer coisa que me faça te esquecer.
Preparo um drink e te bebo,
Acendo um cigarro e entorpeço-me de você.
Eu te bebo, eu te fumo,
Me maltrato e te consumo.

Sufoco meus sentimentos em outra taça de vinho,
Embriago a saudade,
Inebrio a ansiedade,
Mas não consigo combater o desejo.

A noite passou e eu nem vi,
O vinho acabou,
Os cigarros estão no fim.
O dia chegou pra você e pra mim.

O dia amanhece e te faz despertar.
Sei que estás por aí, como o sol, a brilhar.
Mas não brilha para mim.
Bom dia, meu bem, aonde quer que possa estar.

Bom dia meu amor,
Sorria pra vida,
Sorria pro sol,
O sol que vive a te aquecer,
O sol que eu queria ser.

Começa o seu dia, bem longe daqui,
Seus sonhos te levam pra longe de mim.
O dia começa, o último cigarro está no fim.
O dia começa, e eu anoiteço,
O dia amanhece e então adormeço. 

Êxtase


Olhou-me com aqueles olhos esfomeados
Que pareciam querer me arrancar um pedaço
E minha boca salivava aflita implorando pelo fogo dos seus beijos
Tudo em mim estava em chamas e minha pele transpirava o meu desejo
O incontrolável desejo de perder-me em seus cabelos,
De envolver-me em seus lençóis,
De aventurar-me em suas coxas e violar sua pureza.
Olhou-me outra vez com aqueles olhos incansáveis
Que pareciam mapear-me para depois me devorar
E minhas mãos vacilavam inquietas à procura do seu gozo
Minha língua invasiva embriagando-me com o néctar do seu corpo
A razão aos poucos se esvaindo de mim
Nossas almas envolvidas, nossas salivas misturadas,
E nossos corpos convertidos a fogo, suor e pecado
Em meus ouvidos ecoando seus gemidos
Éramos o auge e o êxtase consumado,
Nossa libido, porém, jamais saciada,
Assim perco-me noite adentro em seus caprichos
Em nossa eterna trama inacabada.




segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Por onde andar

Ao olhar-me no espelho
Quando acordei esta manhã
Vi o reflexo de uma alma amargurada
Que se denunciava através de meus olhos
 Vermelhos e inchados,
Castigados pelas lágrimas.

Estou por aí, a procura de mim.
Aonde posso estar,
Por onde posso andar,
Se em qualquer lugar que eu vá
Já não te vejo mais em mim?



Pra falar do meu amor


Não ria dos meus sentimentos
Você que não sabe o que é o amor,
Você que nunca amou,
E que nunca soube o que é ser amado.

Não ria dos meus sentimentos!
As veias que bombeiam meu sangue
São diferentes das suas:
Há em mim bem mais que sangue, ossos e músculos.
Eu também sou abraços, beijos e paixão.

Então, limpe sua boca pra falar do meu amor.
Você não conhece a minha história
E daquilo que pra mim se faz glória
Você não conhece nem o ponto de partida
Pois o amor está em mim muito além que a própria vida.


domingo, 1 de setembro de 2013

Ode ao Beco do Amor

Que esta noite nunca acabe,
Que nossos corpos nunca se cansem,
Que nossos copos nunca sequem,
Que as nossas almas nunca desistam,
Que a nossa voz nunca se cale,
Que nosso desejo nunca cesse,
Que a nossa luta se fortaleça,
E que o nosso beco estremeça
Com a força e a coragem que nos temos.
Pois somos muitos e não estamos sós.
Nada neste mundo poderá enfraquecer a nossa voz.
E aqueles que nos oprimem jamais conseguirão calar o nosso grito,
Pois somos do Beco do Amor,
E o amor que existe neste beco, companheiros, o nosso amor, é infinito.