sábado, 17 de dezembro de 2011

Persistência





Ainda havia uma flor solitária no campo sombrio devastado
Pairava no ar um perfume
A esperança relutava insistente
Ao sono resistia teimoso
O homem magro e faminto abriu novamente os olhos
E se pôs outra vez de pé

Ainda brilhava uma estrela naquele céu obscuro
Havia frestas de luz na beleza que o breu escondia
E no peito daquele velho cansado
Embora adormecida se camuflasse
Aquela ferida ainda ardia,
O câncer continuou espalhado
Em sua voz de nostalgia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário