Teus lábios em meus lábios gélidos
Minhas mãos em tuas mãos frias
Nossos beijos sem sabor
Revelam a frigidez de um amor glacial
A febre, o fogo, o gozo e o viço
Já não nos contemplam como outrora
E sofremos em silêncio
Com essa dor que nos devora.
O tempo, implacável, congelou nossos desejos.
Sobrevivemos de emoções tíbias
E de beijos insípidos.
Mas o amor ainda estava lá,
Em algum lugar,
Mascarado,
Congelado no dissabor
De nossa rotina anti-erótica.
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