quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Paisagem Suburbana

O despertador tocou e de um pulo o homem magro de meia idade levantou-se da cama para tomar café. Ao dar-se conta de que era domingo, decidiu dormir um pouco mais e desligou o bendito despertador. A mulher também descansou mais que o de costume, a família inteira na verdade.
Na casa ao lado a vizinha acordou cedo, comida pra fazer, roupa pra lavar. Ainda bem que os filhos foram pra casa do pai, descanso pra ela só esse. Trabalha a semana toda como doméstica, domingo trabalha em casa.
Na rua da frente, a casa da esquina é só alegria desde cedo: som ligado, entra e sai de pessoas. Domingo é dia de receber visitas!
Já na outra rua, a casa de porta branca está fechada, não há ninguém em casa. Domingo é dia de fazer visitas!
Hora do almoço, enquanto uns ainda dormem, outros conversam, outros bebem.
A mulher em casa espera o marido com a comida na mesa, este por sua vez prefere não pensar nela, sentado na mesa de um bar.
A tarde se estende com televisores ligados, programas de auditório, um filminho no DVD pra variar.
Na rua o som dos carros. Nos bares, música, cerveja, e risos, de vez em quando uma briga.
A noite se aproxima, crianças brincam na rua, pessoas nas calçadas nem veem o tempo passar, reparam mais em quem passa ou quem deixou de passar.
Nos bares a bebida transforma-se em coragem, galanteios mil a toda moça que passar. Algumas se irritam, mas sempre tem aquela que vai se engraçar.
A noite chega, o dia escurece, as pessoas em casa esperam a noite passar, preparando-se para mais uma semana, mais uma jornada de trabalho.
Mesmice, marasmo, o que for,
Chame o que quiser chamar,
Assim eles vivem e se distraem,
E assim, dizem, são felizes.

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