terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Insônia


E eu que outrora vivia entre a bebida e a nostalgia
Tenho agora o cigarro e três comprimidos por companhia

Eu que um dia já fui bom
Hoje não sei mais quem sou
Quis me negar a amar
Quis viver por amor

E o que outrora era alimento pra alma
Hoje é um veneno pro cérebro
Consumindo dia a dia
Do meu rosto a expressão

Acendo um cigarro e fumo sozinho,calado
Somos apenas eu, o cinzeiro e a fumaça

E eu que um dia debochei da paixão
Quis nunca mais me entregar
Quis morrer por amor

Olho pra tudo e nada percebo
A não ser uma vã lembrança
de um certo gosto,
ou de um certo beijo.

O sono me ronda, mas não me derruba
As horas se passam e de pé permaneço
Separo a dosagem, dou o último trago, esqueço o cigarro,
Engulo a seco e então adormeço. 

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