sábado, 18 de dezembro de 2010

Poesia & Boemia


Inspirações alcoólicas
O sentimento que alimenta a alma de um poeta é como a bebida que inebria a mente de um boêmio

É mais forte do que ele
É mais forte do que todos

Qualquer um que prove um bom drink há de querer mais
E da repetição vem a embriaguez
Ainda mais para os que não estão acostumados
Com o poeta também é assim,
Quanto mais ele prova da paixão, mais ele a deseja
Alcoólatra passional
Se embriaga com o perfume, com o corpo, o gosto, o beijo...

O vício do boêmio é a vaidade
O vício do poeta é o desejo
 A vida do boêmio é uma eterna poesia
A vida do poeta é paixão e Boemia.


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Por inteiro

Se me queres por inteiro me terás aos pedaços
Arrancados um a um pela dor que a tua ausência me causou
A pele, o corpo, os sentidos, meus abraços,
Arrumei-os numa caixa e lacrei a embalagem.
Meu sorriso, minhas palavras, meus olhos amedrontados,
Arranquei-os um por um com imenso sacrifício,
Principalmente as palavras, essas teimosas, insistiam em entalar na garganta;
Cortei então a sangria,
Entre o vermelho e as lágrimas, as palavras me escaparam: raiva, tristeza, desgosto e mágoa,
Essas foram mais previsíveis ;
Solidão, vazio, angústia e ansiedade vieram como consequências ;
“Eu te amo”, foi a surpresa!
Saiu de minha garganta, misturou-se com meu sangue, estava ai dentro de mim, e eu nem sequer percebi.
Se me queres mesmo por inteiro guarde também as palavras
Separei-as pelas cores, em diversas tonalidades, das mais claras às mais sombrias,
Fique também com as ofensas, são pedaços também de mim,
Se não as quiser, não as use, mas não as dê fim.
Surrealmente falando, imerso ao sangue que se esvaia da garganta, arrumei uma garrafa e depositei toda a minha respiração,
Antes que o ar se esvaísse e para ti nada restasse.
Não, é verdade, tu nada me cobraste!
Mas aceite a oferenda
Separei um pacote exótico,
Com fígado, pulmão, a medula e os rins,
O sangue tentei guardar,
Mas foi impossível reter ,
Fugia com meu transpirar
Junto com as lágrimas a descer.
Arrumei em outro deposito aquilo que não hei de usar:
Os pés que não mais caminharão para ti,
Os braços que não irão mais te abraçar,
Junto com o sexo e todo o resto.
Sobrou-me apenas o coração
Sangrando, pulsando, implorando-te
Este eu quis enterrar,
Mas inteiro é inteiro
E nada pode faltar.
Te dou também essa parte,
Me doei sim por inteiro
Esse sou eu de verdade,
Em sentimento, ternura e desespero,
Em carne, osso e excesso,
Em alma, amor e exagero. 

sábado, 11 de dezembro de 2010

O pai do Noel


Fim de ano, clima natalino; esse é um período que todo mundo adora. Afinal, pelo menos nessa época as pessoas tornam-se mais amáveis e sentem-se mais à vontade para demonstrar seus sentimentos. Sim, essa é uma época de confraternização e fraternidade (ou pelo menos, era essa a ideia).
Se fosse realmente assim, seria perfeito. Mas o problema é que as pessoas esqueceram o verdadeiro sentido do natal e, para a maioria delas, este representa apenas uma grande troca de presentes. A coisa mais comum de se ouvir nesse período é: "o natal está chegando e você ainda não foi às compras?" Ou seja, festejar o natal é consumir.
Fico me perguntando quem seria o culpado por tudo isso, quem usurpou o espírito do natal e o transformou num monstro consumista. Porém, não preciso pensar muito para obter essa resposta, basta observar bem e prestar atenção numa certa criatura que passa o ano todo não sei por onde e resolve só dar as caras nessa época, um certo senhor de idade que ganha a vida induzindo as pessoas a acreditarem que comemorar o natal é fazer compras, que demonstrar o que sente pelo outro é dar-lhe presentes caros. Pois bem, creio que já ficou claro que a tal figura a qual me refiro é o senhor Noel.
Esse cara tá aí há um tempão e, graças ao seu costume de dar presentes para algumas criancinhas, o resto do mundo aderiu à moda e isso tornou-se uma tradição.
E o tal Noel não mede esforços para levar sua ideologia adiante. Não sei como aguenta o corre-corre nos dias que antecedem o natal. Ele está em todos os lugares; leva isso tão a sério que abandona sua casinha lá no polo norte e passa-se a habitar os vários shoppings centers espalhados por todo o mundo. Foi-se o tempo em que ele vagava de casa em casa, descendo em chaminés! Credo! Que desconforto! O shopping parece um lugar bem mais agradável! Lá ele evita o desconforto, se distrai e ainda vê seus seguidores apaixonados correndo de um lado pro outro com dezenas de sacolas! Que momento mágico!
Com tudo, há uma coisa que não entra na minha cabeça: não concordo com o termo "bom velhinho"! O senhor Noel que me desculpe, mas esse negócio dele escolher dar presentes para umas crianças sim e outras não, de promover a exclusão, de mudar o sentido do natal, de ter se tornado mais lembrado que o próprio homenageado pela data (é Jesus, a competição tá grande!) e ainda querer posar de herói me deixa muito irritada.
Mas não posso culpar o coitado do Noel, afinal, ele está apenas cumprindo ordens. Sim! Ele está a serviço de seu pai e este é muito severo, portanto o pobre Noel tem mais é que obedecer.
É gente, o papai Noel também tem pai! Ele é filho do capitalismo!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Balada do Morto vivo


Os fantasmas de nossas vidas nunca são fantasmas do passado
Se ainda vemos seus rostos à noite antes de dormir
Se ainda os encontramos em pensamentos
Se eles ainda nos assombram
Não são fantasmas do passado
Eles estão mais presentes do que aqueles que nos rodeiam noite e dia
E que zelam pelo nosso sono
Enquanto sonhamos com fantasmas

Nem toda morte é o fim
Nem todo fim é a morte
Nem todo morto partiu
Nem todo vivo consegue ser forte

Quando os mortos demonstram mais força
Quando os mortos não estão mortos
Os mortos não estão mortos
São apenas corpos adormecidos
Que encontraram formas de fazer o tempo passar mais rápido
Até que possam ser ressuscitados.

domingo, 7 de novembro de 2010

MPB


Flutuar, ir além, ouvir o som do mar,
Sorrir sem ter motivo,
Sorrir por estar vivo,
Sorrir, sorrir, sorrir!
Palavras sem sentido.
Dormir, dormir, dormir!
Não, não posso agora dormir!
Vou voar, vou por aí.
E quem sabe talvez te encontrar
E te aquecer com o calor do meu olhar
(Eyes on fire) (I can't hide)
Te vejo em todos sem nunca te encontrar
Ensaio coisas pra te dizer ao pé do ouvido
Ensaio um romance, um beijo escondido
Acho que te vi na mesa ao lado
Acho que te vi naquela esquina
Segurando a mão de outra menina
Não, não é você
Não, não pode ser
Não, não, não é.
Zuuuuuumm, Zuuuuuumm, Zuuuuuumm
Zumbido irritante!
Vertigem! Ludibriante!
Estou caindo...
Passou, foi só um susto, estou bem, pode deixar!
Negócio demorado! Quando será que vai passar?
(Negócio bom da Porra!)
Espera, onde estão os meus amigos?
Combinamos aqui, nesse lugar!
Já sei! Vou ligar. Cadê meu celular?
Alguém ligando...
-Aqui, aqui, olha pra mim!
-Apareceu! Até que enfim!
Penso em falar alguma coisa, ah, deixa pra lá.
Boca Seca,
Cuca vazia,
Cabeça feita,
Mente aberta, evoluir.
Não sinto os pés no chão
(Fly away from here).
Dar risada a noite toda.
É, eu tô de boa!
Gostei, quero mais, serei um dedicado aprendiz!
-Devagar, vá devagar!
(O perigo é eu gostar).





segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Veja a verdadeira Lógica da campanha do Serra Burns

Conheça bem os tucanos, não deixe o Serra se ausentar de Springfield!

Serra fez dossiê contra Aécio, e aparece negócios em paraísos fiscais

Até aonde a Rede Globo é imparcial? Por que esconder isso dona Globo? Hein?´

O Novo Brasil, os mesmos tucanos.


Tentei isentar-me nessa eleição de ficar fazendo apologias politicas e demonstrando minha visão, o que para mim, dependendo da dosagem, parece politicagem, ato esse que eu repudio com todas as minhas forças. Mas como jornalista e conhecedora de algumas sacadas ocultas da mídia e de alguns partidos e políticos, não poderia me deixar silenciar diante da enxurrada de lixo televisivo, impresso e auditivo que estamos vendo nessa campanha de segundo turno. Não queria declarar meu voto, mas não vejo outra saída.

Estamos presenciando fatos que certamente serão objeto de estudo para a academia nos próximos anos. Uma prova, um exemplo fiel de como a mídia pode influenciar e principalmente manipular a opinião pública.

Nos últimos dias o que vemos é uma quantidade exacerbada de notícias, links e e-mails falsos ou sem nenhuma credibilidade acusando a Candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff. Queria apenas atentar para quem antes de crucificar a candidata, as pessoas que tiverem acesso a este tipo de material se perguntem de onde vem isso, com que propósito, e qual a credibilidade da fonte. Gente, não podemos mais ser tão passivos em relação à mídia, o Brasil evoluiu, é natural que a mentalidade da população também acompanhe esse ritmo.

Essa palhaçada criada pelos tucanos, o lance da bolinha de papel já repercutiu mais do que o que deveria. Era só uma bolinha de papel! Admito que já me cortei com folhas de papel, mas nunca vi ninguém morrer por ser atingido por uma bolinha. Pelo Amor de Deus! (Ou seja lá o que você acreditar).

A Rede Globo é a grande aliada dos Tucanos nessa caminhada sebosa de farsas, truques e mentiras. A emissora já influenciou e manipulou muitas decisões em nosso país, mas como já disse antes, o Brasil mudou, evoluiu, e a máscara da Dona Globo está caindo, quer dizer, já caiu, só que tem gente que prefere não enxergar. Nesse caso não se trata de uma questão de ser instruído ou não, a questão aqui não é intelectual, e sim de bom senso político.

Não devemos esquecer do apagão, das péssimas condições em que vivia a pobreza, da grande quantidade de miseráveis e desempregados, da Dívida externa, dos juros, da inflação, a falta de incentivo a vida universitária. Tenho apenas 22 anos e consigo me lembrar de tudo isso da época do governo dos tucanos. O que os faz pensar que a população esqueceria? Como eles avaliam a capacidade mental do povo brasileiro? Eles acham que o povo é burro? Isso é nos subestimar, subestimar uma nação que viveu, conviveu e sofreu nas mãos dos tucanos.

Apesar de tudo Serra ainda tem uma aceitação boa perante o povo, tanto que chegou ao segundo turno. Me pergunto o que se passa na cabeça dessas pessoas. Sei que o governo do PT não foi perfeito, mas posso assegurar que foi o melhor que tivemos. A Dilma não é carismática, mas e daí? Ela é candidata e não apresentadora de programa de auditório.

Tenho medo de que amanhã possamos perder tudo o que conquistamos nesses 8 anos de governo Lula, o incentivo à pesquisa, o aumento nas vagas de emprego, a quitação da dívida externa, a redução no número de pobres e miseráveis. Não podemos entregar nossas conquistas nas mãos de qualquer um.

O Serra é um ótimo ator, tem propostas melhores, se articula melhor, mas quem garante que ele vai cumpri-las. Não cumpriu antes, vai cumprir agora por quê? Não podemos nos deixar enganar pelos tucanos, pelo Serra e pela Rede Globo. Pelo Partido das privatizações, pelo candidato que mente como ninguém (o candidato que foi pro hospital por causa de uma bolinha de papel), e a emissora mais manipuladora e mentirosa do país (a emissora que transforma bolinhas de papel em Discos Voadores).

O Brasil não é mais mesmo. E a população está acompanhando o Ritmo. Então não vamos deixar que eles decidam por nós!

Agora eu vou Falar!

Andei quieta e calada nesses últimos dias, estava muito ocupada, ou talvez com preguiça. Acho que um misto dos dois. Andei escrevendo muito sobre assuntos líricos aqui neste blog, que é sem dúvidas uma parte de mim, mas não me resumo a isto. Outra face minha pouco explorada aqui, tem sido meu perfil questionador, inquieto, insatisfeito e irônico. Prometo então daqui pra frente explorar mais esse meu lado. O que pode ser bom para uns e nem tão bom para outros, mas enfim, não é problema meu, darei minha opinião. Não sou dona da razão, mas tenho o direito de falar o que penso, contanto que tenha algum embasamento para isso e saiba que isso não vai prejudicar ninguém. Assim como todos aqueles que discordarem de mim, têm pleno direito de me refutar. Estarei aberta ao debate.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Diversão Alternativa

Às vezes me divirto com os ignorantes. Perco-me abismada com a imensidão de coisas sem fundamentos que dizem a todo instante acreditando serem os verdadeiros senhores da razão.
Gosto de rir com eles, embora saiba que estão a rir de mim. E às vezes (mas só ás vezes), gosto de me fazer de alvo para seus disparates. Gosto de observar o modo como meu jeito de ser os incomoda. Não sei se por inveja ou por desprezo. Inveja seria se eles soubessem o quanto sou feliz e me realizo a cada dia por diferente deles, não ter os olhos vedados e os pés, mãos, dedos e braços completamente atados. Inveja não; deve ser desprezo mesmo, ou antipatia.
Falando assim até parece que me considero alguém muito superior e inteligente. Que nada! Quem me dera! Sou no máximo informada. E mesmo assim consigo ver além do que enxergam estas pessoas.
E haveria neste mundo maior fardo do que discutir com gente assim? Tem coisa mais chata do que discutir com gente ignorante?
Feito mulas com tapadeiras nos olhos, não enxergam nada além do que está na sua frente, e jamais conseguem olhar para os lados. Cheios de leis e de verdades irrefutáveis. Coitados! Se não fossem tão arrogantes, eu chegaria a sentir pena deles.
Antes eu me irritava com tudo isso, hoje não mais. Gosto de gastar meu tempo com coisas mais produtivas. E às vezes, quando estou com muito bom humor e bastante tempo livre, gosto de parar e me divertir com os absurdos dessa gente que acredita ter algum entendimento e eloquência, mas longe disso!
Eh, laiá!


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Presença Latente

Estou aprendendo a caminhar sozinha,
Consolando-me com as cores que encontro nas ruas,
E acostumando-me a ouvir apenas o som dos meus passos.
Estou a ignorar minha dor.
Fora todos os meus sonhos, minhas amizades, minhas alegrias,
Nada mais faz sentido.
Pois em tudo ela está,
Olhando para mim com aqueles olhos traiçoeiros, me seduzindo,
Me convidando a pertencer-te...
Minha dor mascarada,
Meu maior sentimento latente,
Que mesmo escondida num cantinho em silêncio,
Sabe como sempre se fazer presente.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Carta aos invejosos

Eu desejo que você seja tão feliz quanto eu,
Que tenha amigos verdadeiros como os meus,
Que consiga realizações tanto quanto eu,
Que alcance grandes conquistas como eu,
Que seja capaz de lutar por seus objetivos como eu,
Que um dia possa se sentir amada como eu,
Que um dia sinta a segurança que eu sinto,
Que possa crescer espiritualmente tanto quanto eu,
Que você vá além dos seus limites como eu fui e ainda pretendo ir,
Que você descubra o que realmente é amar,
Que você consiga se realizar profissionalmente,
Que você descubra o que é ser amada de verdade e aprenda a valorizar isto,
Que tenha pessoas que sempre vão estar com você como eu tenho,
Espero de coração que um dia você se ame da mesma forma que eu me amo,
Eu te desejo tudo de bom que já consegui e que ainda posso conseguir.
Te desejo conquistas próprias para que você nunca precise ter inveja de ninguém.


Escrito em 30 Jul. 2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mossoró Notícias - 1 Ano

No dia 17 de Agosto de 2010 O Telejornal Mossoró Notícias, da TV Mossoró, completou um ano. O informativo foi idealizado pelo pelo Jornalista Tuca Viegas, que comandou a equipe por quase um ano. Também já passaram pela equipe Aline Linhares, Ícaro Dias, Tárcio Araújo, Nathan Figueiredo, entre outros. Sob o comando da Cearense Marilia Gabriela, e com o trabalho dos jornalistas Maricelio Almeida, Diego de Carvalho e Ellen Dias, o jornal continua indo ao ar todos os dias às 18h30min, pelo Canal 7 da TV aberta ou pelo 34 da TV a cabo. Esse vídeodocumentário mostra um pouco da história e os bastidores do trabalho da equipe que forma o Mossoró Notícias.

EDIÇÃO DE IMAGENS:
Jedson Leandro
EDIÇÃO DE TEXTO:
Ellen Dias
IMAGENS:
Allyson Moura
José Rodolpho

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O mar

Noite fria, céu cinzento
Dou voltas em silêncio ao redor do universo
Sentada sozinha na praia
Olhando o mar
E eis que me vem novamente
Aquele estranho desejo de me inundar
De aventurar-me naquelas águas inquietas
De arriscar-me na inconstância destas ondas
De entregar-me nos seus braços e me deixar levar
O que haveria naquele mar?
Por que ele me atraía tanto?
Por que eu sentia tanta vontade de me afogar?
O vento abraça meu corpo, congelando-me em minha solidão
Outra vez o mar me chama
E me entrego em suas águas sem pensar,
Disposta a morrer em suas mãos.

Escrito em 31 maio 2009

Meu paradeiro

Se acaso um dia a saudade quiser saber meu paradeiro
Irá me encontrar no silêncio
Que agora é meu único amigo
Minha retórica fracassou e meu peito se cansou
Exausta de almejar o improvável,
Minha alma se fechou e maquiou sua insatisfação
Já não falo mais de mim,
Já não sou mais como antes
Se algo me atormenta, eu não demonstro
Se eu sou feliz ou não, não é problema
O que importa é o que aparento
O resto eu resolvo a sós comigo.

Escrito em 30 maio 2009

Apenas um Sonho

De que adiantam minhas lágrimas agora, e toda a dor que estou sentindo?
Sei que nada, nem minha angústia, nem meu amor, ou minha tristeza,
Serão capazes de mudar o que passou,
O que vivi e que o tempo me tirou.
As feridas expostas não me trarão de volta aqueles dias de sol,
O frio que envolve meu corpo não trará de volta o calor da pele que eu tanto desejo
Procuro respostas em meus livros, Erasmo, Foucault, Goethe;
Um me diz que tudo não passa de m divertimento da loucura,
Já o outro me faz pensar se isso tudo realmente existiu da forma que eu enxergo, se não haveria uma outra forma de interpretar tudo isso,
O outro por fim, me põe em condição de eterno amante, que carrega sozinho os maiores fardos por saber que seu amor jamais será correspondido.
Nada disso, porém, me serve de consolo.
Talvez tudo que eu quisesse fosse poder voltar no tempo, para o instante exato em que você me deixou, para tentar fazer as coisas se tornarem diferentes...
Agora tudo está perdido, e minha vida já não caminha como antes.
Sinto saudades de todos os nossos momentos e mergulho no silêncio procurando aceitar que tudo não passou de um sonho,
Um sonho que eu sonhei sozinha...


Escrito em 06/ Ago. / 2010 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Rascunho

Escrevo agora com as palavras que sufocam minha garganta. Adoraria saber a forma correta de agir em um momento como este. Mais ainda, adoraria poder fazer a coisa certa, mas devo admitir que embora me veja como uma criatura racional, não consigo conter minha emoção, não consigo controlar os batimentos que insistem em acelerar a cada instante.
Vejo-me agora, como um ser debilitado, incapaz de obedecer à lucidez. Nunca tão grande tempestade havia devastado minha vida. Minha dor é peculiar, tem um sabor único, jamais por mim experimentado, um prato que em vez de me servir de alimento, está se alimentando de mim.
Dizer que os dias têm sido longos poderia ser uma forma de demonstrar o tamanho da minha solidão, no entanto, não me iria traduzir o que sinto e ainda correria o risco de ser clichê. Assim, quero resguardar minha saudade, tirar de mim todos estes pensamentos, quero ser forte para compreender que tudo isto é uma fase.

Sei que as coisas que a vida leva o tempo não pode devolver.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Seria Trágico se não fosse cômico

Essa reportagem de Robson Carvalho para o programa Mossoró Comunidade da TV Mossoró, tinha tudo para ser apenas mais uma matéria corriqueira sobre apreensão de aves pelo IBAMA, mas o que ninguém imaginava era o drama que essa senhora estava passando. Dá vontade de chorar, não sei se de pena ou de rir...




segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Como as Estrelas se Apagam

Hoje de manhã visitei o cemitério
Tirei fotos de alguns túmulos, alguns rostos, alguns nomes;
Nomes que já não têm donos,
Rostos que não têm mais expressão;
Histórias esquecidas sob lápides empoeiradas,
Pedaços de várias vidas,
Cada uma com seu sentido, seus segredos, seu próprio mundo.

Cada rosto que se apaga leva consigo um universo inteiro
Um universo seu, só seu, que ninguém mais terá;
As fantasias, os desejos, os sonhos, os amores,
E porque não, os medos?
Tudo tão seu, tão perfeito, tão particular...
E a sua história, quem poderá contar?

Caminho às vezes entre os astros tentando entender como as estrelas se transformam;
Caminho às vezes entre os túmulos tentando entender como as feições se apagam;
Um rosto seu, só seu, que ninguém mais terá,
Um universo só seu, próprio e particular,
Adormecido, embalsamado sob o frio da sepultura sombria,
Esquecido e enterrado.

Tudo agora é apenas um rosto que ilustra o papel de uma Fotografia.

Escrito em 23 de Janeiro de 2010.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Que Vergonha Dona Globo, Que Vergonha.





Como jornalista não poderia me deixar silenciar diante do que estamos presenciando. Ficou obvio para todos o posicionamento da Rede Globo a favor dos Tucanos na disputa presidencial. Depois das entrevistas detonando a Dilma e a Marina, o Casal Nacional ontem parecia assessoria de imprensa do Serra. Vergonhoso. O pior é que eles tem muita influência. A Globo influenciou na Vitória do Collor, e na sua saída do poder também.
Desde o começo do ano que a Rede Globo começou a fazer campanha contra o Governo Lula. Ficou claro isso na época daquelas Histórias relacionadas ao Irã. 
A dona Globo agora quer eleger o Serra. Só de pensar que ele pode ser eleito, sinto calafrios! Fico pensando que posso ir dormir no Brasil e Acordar na Argentina, na Russia; por que a grande tática dos tucanos é a privatização, aí vai que eles vendem um estado, uma região, e eu preciso de um passaporte para ir ver algum conhecido que mora em outra região? 
Não quero fazer campanha para a Dilma, para o governo Lula, ou para a Marina, não é isso. É apenas um desconforto em relação ao Serra! Acho vergonhoso a Rede Globo fazer campanha descaradamente a favor dos Tucanos. Quer dizer, vergonhoso é o meu salário, Fátima Bernardes  e Willian Bonner devem ganhar bem o suficiente para fazer esse tipo de coisa nojenta. O que não podemos admitir é que a emissora que instituiu que o Brasil é o país do futebol, que o Brasil é o país do carnaval, decida por nós quem será o presidente do nosso País. Queria que a nação que tanto torceu pelo Brasil Seleção, fosse patriota o suficiente para também lutar e torcer pelo nosso Brasil Nação! 


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Coisas da Vida

A vida é tão misteriosa que chega a assustar, tenho medo das coisas que não sou capaz de compreender. É como se eu estivesse me atirando em um precipício sem saber se irei morrer na queda ou ganhar asas e aprender a voar, e na dúvida, prefiro continuar onde estou.
Tenho um real apego pelas coisas da vida.
Tenho apego aos lugares e pessoas que conheço, tenho curiosidade em conhecer tudo aquilo que desconheço.
Tenho apego pelas coisas, não o apego comum aos bens materiais que a maioria das pessoas têm. Mas um apego diferente, por coisas diferentes: um caderno velho onde guardo recordações de uma época e de um determinado grupo de amigos, um cartão de alguém que por acaso se distanciou, um bilhete de alguém que me fez rir e continua provocando a mesma sensação quando o leio, as fotografias de todos os momentos alegres e divertidos, meu cupom de inscrição no vestibular; são essas as verdadeiras coisas que quero preservar.
Às vezes sinto-me uma tonta por alimentar sentimentos tão utópicos, por ter meus pés tão longe da realidade.
Tenho receio por amar demais, medo de perder, de não ser correspondida, de não saber retribuir o amor que me é oferecido.
Houve um tempo em que me perdia madrugada à dentro com mil pensamentos na cabeça, eu era jovem e queria guardar o mundo em mim, me sentia tão capaz de amar, tinha uma alma tão sensível, me achava incapaz de magoar quem eu amava...
Hoje, veja só o que me tornei! Todos os meus sonhos e objetivos estão voltados apenas para mim mesma, até mesmo aqueles que eu mais amei parecem ficar em segundo plano algumas vezes.
Acredito que de tanto amar, de tanto querer inutilmente evitar as perdas, evitar que as pessoas que eu amava fossem embora, acabei aprendendo a amar menos, para evitar a dor.
Aos poucos fui me transformando, procuro em mim mesma um pouco daquilo que um dia fui, e só enxergo essa nova face, desta forma, me perco dentro de mim, sem conhecer meu verdadeiro rosto.
Nessas horas sinto vontade de voltar a ser criança, quando meu avô me pegava no colo e me acalentava em seus braços seguros, ou quando minha mãe deitava comigo no chão e passávamos horas e horas juntas, brincando, cantando, fazendo planos.
Não sei se estou vivendo da maneira mais correta, a vida parece ter me reservado mais lições do que o faz para a maioria das pessoas, quando estou forte, sei aproveitar estes desafios como possibilidade de crescer, quando estou fraca, quando não consigo suportar, sinto o mundo desabar sobre meus ombros e um desejo enorme de sumir para sempre, mergulhar no mais íntimo de mim e desaparecer.
Entre uma fração e outra desses controversos sentimentos, vou me mantendo em meu casulo, com medo de me apegar, esperando sempre a perda, preparando-me para a separação.
Mas eis que novamente me vejo com aquele medo, o medo de não saber mais viver sem a presença de alguém, e embora seja desconfortante imaginar um futuro assim, faz o presente parecer algo tão bom.
Talvez eu seja apenas uma boba, que desperdiça suas noites de sono, madrugada adentro, com caneta e papel na mão, ou na frente de um computador, jogando fora palavras sem sentido, talvez a própria vida seja algo sem sentido...
Não importa, para todos aqueles que pensam ou sentem algo parecido com o que sinto, estas palavras tolas terão um certo sentido, de algum jeito.
Como eu sei disso? Eu não sei, apenas sinto.

Escrito em 05 de julho de 2010
2:47 AM

Trabalho vencedor do Prêmio Curta Gazeta.

Parabenizar meus amigos e colegas de trabalho, Allyson Moura, Ícaro Dias e Jedson Leandro.


Projeto: Curta Gazeta - Construindo Imagens Através da Leitura.
Atriz: Mayara Andressa.
Roteiro: Allysson Moura e Icaro Dias.
Produção: Jedson Leandro
Edição: Icaro Dias
Direção: Allyson Moura





terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fortaleza Imaginária

Em uma cidade, em um país, e em um planeta completamente imaginários, num lugar no qual o resto do mundo não poderia jamais entrar, havia uma garotinha sonhadora e assustada. Ela era alegre, gostava de música, de desenho animado; de refrigerante não. Tinha amigos, vizinhos, colegas, primos... Gostava de todos eles, porém, nunca permitiu que nenhum deles entrassem naquele seu mundo. Na maioria das vezes, gostava de ficar sozinha, brincava e criava suas histórias, passava horas perdida em seus pensamentos, sonhando.
Com quatro anos, descobriu as letras, aos seis descobriu as palavras, e encontrou nelas grandes aliadas para suas aventuras. Lia as histórias daqueles livros e se imaginava ali, no lugar daqueles personagens. Não demorou muito para que criasse suas próprias aventuras, embora não as escrevesse...
Em seus contos, ela resolvia todos os problemas à sua volta, assim superou a perda de pessoas importantes, superou a timidez, a vergonha... Ela sempre arrumava um jeito de se esquivar da dor quando estava naquele seu mundo.
Foi lá que ela guardou seus segredos, também foi lá o lugar que ela escolheu para se refugiar da tristeza... E para suprir a ausência de quem sempre esteve muito próximo e nunca pode estar presente.
Seu mundo era seu escudo, e muitas vezes sua prisão.
Os anos foram passando, a menina foi crescendo, e as paredes que sustentavam os muros de sua fortaleza foram ficando mais frágeis. Agora, ela não era mais criança, não tinha mais a mesma vida, mas já gostava de refrigerante. Cedo a vida lhe forçou a ser corajosa, mas foi movida pelo desejo e não pela coragem, que decidiu se arriscar e ir atrás do que sonhou. Seu mundo somente já não era o bastante para lhe satisfazer, sabia que precisava concretizar as coisas que buscou, no entanto, aquele mundo nunca perdeu seu significado, embora não vivesse mais nele, era pra ele que ela fugia sempre que estava em apuros, era nele que ela se acalmava quando estava aflita: botava uma música, lia um livro, escrevia algumas palavras, e já sentia a alma mais leve.
Era mesmo uma figura diferente aquela garota! Amadureceu muito cedo, mas fazia questão de preservar aquele encanto. No começo, achava que recorria àquele mundo porque se sentia sozinha. Aos poucos foi criando muito elos, era muito sentimental, preservava todas as sinceras amizades, e não eram poucas... Ainda assim, aquele mundo lhe servia de abrigo. Nunca se importou com esse fato, nunca deixou que ninguém violasse os portões de sua fortaleza, não por falta de confiança, não era isso... Era apenas um capricho seu... Um segredo, uma ilha, como um diário que se escreve sem palavras.
Eis que então se apaixonou! Aí, tudo muda de contexto, aos poucos foi deixando que o amor invadisse sua vida e consumisse todo o seu tempo, parecia que finalmente as barreias haviam se rompido, sentia que pela primeira vez, alguém havia conseguido se inserir naquele seu delírio colorido.  No início, se negou, quis fugir, quis evitar. Mas foi inútil, logo se rendeu àquele ser de olhar singelo.
Amava como jamais havia amado, e como poucas pessoas foram capazes de amar, como poucos poetas foram capazes de traduzir... Entretanto, tudo isso lhe havia feito refletir acerca daquele seu pequeno universo, chegou a acreditar que com a entrada de outra pessoa, o sentido daquilo tudo havia sido alterado, agora para ela era como se aquele não fosse mais seu universo, mas um universo conjunto, uma coisa compartilhada, que só teria razão de ser através da ligação daquelas duas almas.
Não demorou para que as diferenças aparecessem, e nos momentos em que quis fugir, não conseguiu, seu refúgio de toda a vida, havia se desfeito em essência. Sentia que a única maneira de resgatar aquele lugar era através daquele amor; lutou por ele, se opôs a tudo e a todos, acreditou, se iludiu, se magoou.
O mesmo ser que há pouco, muito pouco, lhe acariciava a face, era o ser que agora lhe falava de outro corpo, outros beijos, um outro amor... O mundo caiu sobre seus ombros, olhou ao seu redor e viu tudo que guardou naquele mundo desde cedo indo embora... O espaço que sempre foi só seu, e que tanto quis dividir com alguém, era agora a terra de ninguém, porque tudo ali só fazia sentido nessa hora, com a presença do ser amado.
Quis fugir não conseguiu, quis gritar não teve voz, quis ser forte, mas chorou e implorou... Lágrimas de tristeza que se misturavam com as lágrimas da decepção, os motivos de sua dor se confundiam... Por tempos sofreu daquela forma, no peito um punhal em chamas lhe rasgava a carne e o osso quando via seu amor com outro alguém.
Tudo estava então perdido... Ela não tinha mais a pessoa que completava o sentido de seu mundo, logo, seu mundo também não fazia mais sentido. A tristeza se alojou em sua vida, os dias tornaram-se mais longos, os livros não eram mais interessantes, não conseguia se concentrar para ver um filme, a única coisa em que pensava era no quanto queria de volta aquele amor para poder reconstruir sua Fortaleza.
O tempo foi passando e a menina descobriu nos amigos uma chance para recomeçar, sorria, saía, tomava refrigerante, mas quando voltava para sua casa, tudo recomeçava: a dor, a saudade, o silêncio; até os desenhos animados haviam perdido a graça.
Se pôs a pensar por muitas noites, sabia que seu grande amor não iria voltar... e agora nem o seu esconderijo tinha mais... Passou a lembrar dele todos os dias, a recordar as coisas que tinha vivido naquele lugar. Foi então que encontrou no meio da bagunça de sua vida, alguns CDs, DVDs, livros, fotos e filmes antigos que estavam guardados há tempos, porque não eram do agrado de seu amor. Inundou-se em lágrimas novamente ao olhar para tudo que havia renunciado em nome daquela paixão e ao ver que todo aquele esforço foi em inútil.
Sentiu raiva de si mesma por ter sido tão ingênua. Empunhou a caneta e decidiu escrever suas lamentações em uma carta suicida, não porque havia perdido o seu amor, mas por ter deixado que aquele mundo se perdesse por causa de alguém que nunca foi capaz de lhe amar verdadeiramente. Era a perda daquele lugar especial que lhe feria, a essa altura já havia descoberto que o ser que ela tanto amou, não passava de uma pessoa suja e covarde, um ser amargo e incapaz de amar. Essa constatação lhe feria de forma fulminante.
Antes de finalizar sua despedida, lembrou mais uma vez daquele mundo, das coisas que fazia nele, do quanto ele lhe fazia bem. Lembrou também de como ele havia mudado depois daquele amor, de como seu sentido se alterou. Foi então que percebeu o grande engano que estava cometendo: Seu mundo não estava completamente perdido, ele só estava abandonado.
Durante todo o tempo em que esteve abrindo mão das coisas que gostava para agradar o seu amor, ninguém havia conseguido se encaixar no seu mundo. A pessoa que ela julgava ter finalmente rompido os portões daquela fortaleza, sequer havia encontrado o caminho para ela. Não era o amor dela que havia entrado naquele mundo, era ela que tinha saído dele. E a chave para voltar estava em suas mãos. Ela podia agora recompor sua vida, voltar para seu universo e retomar todas as coisas que considerava perdidas. Descobriu então que enquanto fosse capaz de sonhar, de sentir, de amar, aquele mundo jamais se perderia, pois ele era uma extensão imaginária do seu próprio ser.