quarta-feira, 25 de julho de 2018

Casual



Desde aquele beijo no sofá aqui da sala,
após falarmos sobre tudo que não queríamos de uma relação,
desde aquela tarde em minha cama
quando nossos corpos pareciam desmentir nosso discurso antirromântico,
já não sei mais como agir.

Após sentir o calor do seu corpo
sobre o meu corpo
ritmado pelo movimento
do seu sexo molhado
enquanto suas mãos me desbravavam
como se já soubessem como me tocar;

Após sentir a maciez dos seus seios em minhas mãos e boca,
A sua boca em minha epiderme
devorando-me como um animal faminto;
depois da boca invadida pela língua insaciável
que me oferecia com fervor,
da mistura de nossos líquidos, suspiros e gemidos,
ignorando o pudor;

depois de sentir o seu rosto colado no meu
e suas mãos rasgando-me a carne das costas
enquanto estive dentro de ti;
depois de contemplar seu rosto tímido
enquanto afagava seus cabelos
no silêncio do quarto e toda aquela intimidade física,
senti-me perdida,
imaginando como seria
a minha vida dali por diante.

E desde então que ando aflita,
pois já não sou mais como antes.

Você deixou marcas no meu corpo
e agora a minha pele carrega suas digitais...
Você deixou saudade em minha cama
e agora acordo, no meio da noite, implorando por mais.

E eu não sei como diabos
eu posso simplesmente sair por aí,
pelas ruas, pelos bares
sem expor esse desejo incontido.
Como raios neste inferno
eu posso agir naturalmente
e te cumprimentar
no meio de toda a gente
como se nada tivesse acontecido?

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