segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

De igual pra igual


Amor entre opostos nunca passou de ficção
O oposto não atrai tanto quanto o gosto
Não se pode satisfazer com açúcar o desejo que só o mel saciaria
Isso elas sabem muito bem
Isso tudo aprenderam desde cedo
Pode ser que para uns, isso as torne medíocres
Para outros elas podem ser profanas
Elas não ligam.
A concentração dessas criaturas reside apenas naquilo capaz de alimentar o seu vigor
Emocional e vital
Em suas veias corre vida em lugar de sangue
De seus poros emana o pecado em vez de suor
 Mas seriam elas assim tão sujas?
Que importam os (pré) conceitos que a sociedade moralista impôs?
Que relevância têm agora as palavras dos hipócritas diante da afinidade que elas sentem?
Sabem se tocar sem dizer uma palavra
Sabem ser cumplices e dividir segredos
O amor entre opostos não saberia entender o que se passa entre elas
Não saberia falar das bocas que se acariciam com ternura
Das mãos que deslizam suaves e ofegantes em distintas áreas de suas peles
Da língua que passeia pelo corpo, entorpece a mente, penetra o intimo, explora o seio,
Do prazer que pulsa nas veias através do simples contato,
Das curvas que se encaixam em movimentos ritmados
Das almas que se entendem em silêncio, pois elas se conhecem muito bem
Sabem onde e como querem ser tocadas
Sabem onde e como tocar!
Competir nessa disputa sem ter as mesmas armas seria desleal
A sintonia entre elas é algo surreal
E só elas sabem
Só elas podem entender
Como é amar de igual pra igual
Como é dar e ao mesmo tempo receber.

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