sábado, 28 de maio de 2011

Quando o sono não me procurar


E quando de noite, o sono não me procurar,
O que haverei de fazer?
Sobre o que irei escrever,
De que irei me queixar?

É por isso que às vezes cultivo algumas feridas.
Estáveis o suficiente para manter-me ainda viva
Abertas o suficiente para me fazerem sangrar

E assim, com o peito em farrapos,
Deixo dos olhos mais uma lágrima escapar    
Deixo da boca um pedido vazar:
Um grito que pronuncio em silêncio,
Uma voz que só exponho à solidão.

E de noite em meu quarto, escondido,
Deixo enfim ecoar meu grito,
E falo sozinha das dores e dos gemidos
Que só ecoam dentro de mim,
Que só se escutam em minha própria dimensão. 

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