quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Coisas da Vida

A vida é tão misteriosa que chega a assustar, tenho medo das coisas que não sou capaz de compreender. É como se eu estivesse me atirando em um precipício sem saber se irei morrer na queda ou ganhar asas e aprender a voar, e na dúvida, prefiro continuar onde estou.
Tenho um real apego pelas coisas da vida.
Tenho apego aos lugares e pessoas que conheço, tenho curiosidade em conhecer tudo aquilo que desconheço.
Tenho apego pelas coisas, não o apego comum aos bens materiais que a maioria das pessoas têm. Mas um apego diferente, por coisas diferentes: um caderno velho onde guardo recordações de uma época e de um determinado grupo de amigos, um cartão de alguém que por acaso se distanciou, um bilhete de alguém que me fez rir e continua provocando a mesma sensação quando o leio, as fotografias de todos os momentos alegres e divertidos, meu cupom de inscrição no vestibular; são essas as verdadeiras coisas que quero preservar.
Às vezes sinto-me uma tonta por alimentar sentimentos tão utópicos, por ter meus pés tão longe da realidade.
Tenho receio por amar demais, medo de perder, de não ser correspondida, de não saber retribuir o amor que me é oferecido.
Houve um tempo em que me perdia madrugada à dentro com mil pensamentos na cabeça, eu era jovem e queria guardar o mundo em mim, me sentia tão capaz de amar, tinha uma alma tão sensível, me achava incapaz de magoar quem eu amava...
Hoje, veja só o que me tornei! Todos os meus sonhos e objetivos estão voltados apenas para mim mesma, até mesmo aqueles que eu mais amei parecem ficar em segundo plano algumas vezes.
Acredito que de tanto amar, de tanto querer inutilmente evitar as perdas, evitar que as pessoas que eu amava fossem embora, acabei aprendendo a amar menos, para evitar a dor.
Aos poucos fui me transformando, procuro em mim mesma um pouco daquilo que um dia fui, e só enxergo essa nova face, desta forma, me perco dentro de mim, sem conhecer meu verdadeiro rosto.
Nessas horas sinto vontade de voltar a ser criança, quando meu avô me pegava no colo e me acalentava em seus braços seguros, ou quando minha mãe deitava comigo no chão e passávamos horas e horas juntas, brincando, cantando, fazendo planos.
Não sei se estou vivendo da maneira mais correta, a vida parece ter me reservado mais lições do que o faz para a maioria das pessoas, quando estou forte, sei aproveitar estes desafios como possibilidade de crescer, quando estou fraca, quando não consigo suportar, sinto o mundo desabar sobre meus ombros e um desejo enorme de sumir para sempre, mergulhar no mais íntimo de mim e desaparecer.
Entre uma fração e outra desses controversos sentimentos, vou me mantendo em meu casulo, com medo de me apegar, esperando sempre a perda, preparando-me para a separação.
Mas eis que novamente me vejo com aquele medo, o medo de não saber mais viver sem a presença de alguém, e embora seja desconfortante imaginar um futuro assim, faz o presente parecer algo tão bom.
Talvez eu seja apenas uma boba, que desperdiça suas noites de sono, madrugada adentro, com caneta e papel na mão, ou na frente de um computador, jogando fora palavras sem sentido, talvez a própria vida seja algo sem sentido...
Não importa, para todos aqueles que pensam ou sentem algo parecido com o que sinto, estas palavras tolas terão um certo sentido, de algum jeito.
Como eu sei disso? Eu não sei, apenas sinto.

Escrito em 05 de julho de 2010
2:47 AM

4 comentários:

  1. Olá,

    Pelos posts dá para notar que você é uma pessoa bem sensível. Voltarei aqui mais vezes.

    Só uma dica: pratique a síntese. Textos longos não funcionam muito bem na net.

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  2. Valeu pelo Toque. Vou Acatar. Volte sim, estou aberta a críticas e sugestões! Valeu!

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  3. Eu num disse q tava grandee os textos...num é pra ser textos enormes, tem q ser texticulos!kkkkkkkk

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